A iluminação desempenha um papel crucial no sucesso de um aquário plantado. Além de fornecer a luz necessária para o crescimento saudável das plantas aquáticas, uma iluminação adequada realça a beleza do aquário como um todo. Neste artigo, exploraremos de forma detalhada a importância da iluminação em aquários plantados, as potências recomendadas com base no grau de dificuldade das plantas e as diferenças entre as luzes LED convencionais e as luzes B990FE.
A importância da iluminação em aquários plantados:
A luz desempenha um papel essencial no processo de fotossíntese das plantas aquáticas. Durante a fotossíntese, as plantas convertem a energia luminosa em energia química, utilizando dióxido de carbono e nutrientes para produzir oxigénio e carboidratos. Assim, uma iluminação adequada garante o crescimento saudável das plantas e contribui para o equilíbrio biológico do aquário.
Ao escolher a iluminação adequada para o seu aquário plantado, é importante considerar vários fatores, como a intensidade luminosa, o espectro de cores e a duração do fotoperíodo.
Apresentando alguns conceitos base:
Watts (W): O watt é uma medida de potência elétrica consumida pela lâmpada ou dispositivo de iluminação. No contexto dos aquários, o watt é frequentemente usado para indicar a potência da luz utilizada. No entanto, é importante ressaltar que o watt por si só não é uma medida direta da quantidade de luz produzida ou do espectro de cores.
Lumens (lm): O lumen é uma medida de fluxo luminoso, ou seja, a quantidade total de luz emitida por uma fonte de luz em todas as direções. Refere-se à quantidade total de luz visível que uma lâmpada emite. Quanto maior o número de lumens, mais brilhante será a fonte de luz.
Lux (lx): O lux é uma medida de iluminância, que é a quantidade de luz que incide sobre uma superfície específica. É a quantidade de lumens por metro quadrado. O lux é usado para medir a intensidade da luz que atinge uma determinada área. Em aquários, é uma medida útil para determinar a intensidade da luz em diferentes partes do tanque.
Radiação PAR (Photosynthetically Active Radiation): A radiação PAR é uma medida da quantidade de luz visível na faixa espectral (comprimentos de onda) que é utilizada na fotossíntese pelas plantas. Essa faixa geralmente varia entre 400 e 700 nanómetros. A radiação PAR é medida em micromoles de fotões por metro quadrado por segundo (µmol/m²/s) e é uma medida mais precisa para determinar a quantidade de luz disponível para as plantas.
Apesar de muitas vezes olhando para uma calha de luz ser difícil perceber a mais indicada, pessoalmente, prefiro guiar-me pelos watts, simplesmente porque muitas vezes a empresa "inflaciona" os valores de lumens para número ridículos, induzindo em erro o consumidor, querendo fazer parecer que tem um produto superior.
Senão vejamos o exemplo:
Como se vê nas fotos, como é possível uma luz de 25Watts ter 4800lm, quando outra de uma marca reconhecida no mercado precisa de 4x mais potência, 100Watts para ter 6200lm de output???
Resposta: Não é possível, neste caso a Chihiros será um valor realista, enquanto a outra claramente inflacionado.
Facilmente se percebe por este exemplo que nos guiarmos pelos lumens, principalmente marcas "brancas", pode-nos levar a adquirir um equipamento muito aquém do necessário.
Potências recomendadas com base no grau de dificuldade das plantas:
As plantas aquáticas têm diferentes requisitos de iluminação, dependendo da sua complexidade e necessidades de crescimento. Geralmente, são classificadas em três categorias com base nas exigências de luz:
Plantas de baixa exigência de luz (fáceis): Essas plantas são geralmente de crescimento lento e não requerem uma intensidade luminosa muito alta. Recomenda-se uma potência de iluminação de aproximadamente 0,25 a 0,5 watts por litro de água para essas plantas. É importante fornecer luz suficiente para a realização da fotossíntese, mas sem exceder a quantidade necessária, o que pode resultar no crescimento excessivo de algas.
Plantas de exigência moderada de luz (médias): Essas plantas requerem uma intensidade luminosa um pouco maior para um crescimento saudável. Recomenda-se uma potência de iluminação de cerca de 0,5 a 1 watts por litro de água. É fundamental equilibrar a intensidade luminosa com outros fatores, como a oferta de nutrientes e CO2, para evitar desequilíbrios e o crescimento excessivo de algas.
Plantas de alta exigência de luz (dificeís): Essas plantas têm um crescimento rápido e necessitam de uma intensidade luminosa mais elevada. Recomenda-se uma potência de iluminação de 0,75 a 1,0 watts por litro de água, ou mais, para essas plantas.
É essencial fornecer uma iluminação adequada e equilibrada com outros requisitos, como a disponibilidade de CO2 e nutrientes, para garantir o crescimento saudável das plantas sem problemas de algas.
Como posso ver quantos watts a minha calha tem???
Pode simplesmente ver na caixa ou se está escrito na própria calha, caso não tenha expressos os watts, poderá ver no transformador da calha o output: volts e amperes, basta multiplicar V x A, dará os Watts:
12v e 5A = 60 Watts, isso será um valor aproximado, mas não exacto dos watts da sua luz.
Ângulos e distribuição da luz:
A importância do ângulo em que as plantas aquáticas estão em relação ao foco de luz é um aspecto relevante a ser considerado no cultivo de plantas em aquários. O ângulo de incidência da luz pode afetar a quantidade e a qualidade da luz recebida pelas plantas.
As plantas aquáticas possuem diferentes adaptações para capturar a luz de forma eficiente. Algumas plantas têm folhas mais largas e dispostas em camadas para maximizar a captura de luz, enquanto outras têm folhas mais finas para permitir uma maior penetração da luz.
Ao posicionar as plantas no aquário, é importante considerar o ângulo em que elas estão em relação à fonte de luz. Se as plantas estiverem muito distantes ou em um ângulo muito fechado em relação à luz, podem receber luz insuficiente e não realizar a fotossíntese de maneira adequada. Por outro lado, se as plantas estiverem muito próximas ou em um ângulo muito aberto em relação à luz, podem receber luz excessiva e sofrer danos.
O ideal é posicionar as plantas de forma a garantir uma distribuição uniforme da luz no aquário, permitindo que todas as plantas recebam a quantidade adequada de luz. Isso pode ser alcançado ajustando a posição das lâmpadas ou utilizando refletores para redirecionar a luz para as áreas que necessitam.
Além disso, é importante monitorar regularmente o crescimento das plantas e realizar ajustes na posição das mesmas, se necessário. Dessa forma, é possível garantir que as plantas estejam recebendo a quantidade correta de luz para um crescimento saudável e evitar problemas como a escassez ou o excesso de luz em determinadas áreas do aquário.
Plantas mais exigentes a nível de luz devem ficar debaixo da calha led, plantas menos exigentes e que sobrevivem bem com pouca luz devem ficar mais para trás ou frente da calha ou nas laterais do aquário, em que existe menos luz e o ângulo em que a luz chega é maior.
Não só é importante o ângulo, mas também a distância da calha à planta, quanto mais perto mais intensidade de luz irá receber, quanto mais longe, como o caso das plantas tapetes menos intensidade de luz receberá, visto que a intensidade recebida pela planta vai diminuindo quanto mais afastado o foco de luz estiver.
Diferenças entre as luzes LED convencionais e as luzes WRGB:
As luzes LED são amplamente utilizadas em aquários plantados devido à sua eficiência energética, longa vida útil e opções de personalização. No entanto, existem diferenças entre as luzes LED convencionais e as luzes WRGB, que possuem LEDs brancos, vermelhos, verdes e azuis.
Espectro de cores: As luzes WRGB oferecem uma ampla gama de cores, permitindo uma reprodução mais precisa dos espectros de luz natural. Elas podem fornecer uma luz mais equilibrada, que abrange desde o espectro vermelho e azul necessários para a fotossíntese até o espectro verde, que realça o aspeto visual do aquário.
Controlo de intensidade: As luzes WRGB geralmente possuem um controlo de intensidade mais avançado, permitindo ajustes precisos de brilho ao longo do dia. Isso permite simular condições naturais, como o nascer e o pôr do sol, criando um ambiente mais natural para as plantas e animais do aquário.
Personalização: As luzes LED convencionais muitas vezes oferecem opções de personalização limitadas, enquanto as luzes WRGB permitem uma maior flexibilidade na escolha das cores e intensidades desejadas. Isso possibilita a criação de diferentes cenários de iluminação, de acordo com as preferências estéticas do aquarista.
Conclusão:
A iluminação desempenha um papel fundamental no sucesso de um aquário plantado. Ao escolher a iluminação adequada, levando em consideração as exigências das plantas e as necessidades estéticas, é possível criar um ambiente saudável e visualmente atrativo. As luzes LED convencionais e as luzes WRGB oferecem opções diferentes, permitindo a personalização e a reprodução de condições naturais. Com o conhecimento adequado sobre as potências recomendadas e as diferenças entre as luzes, é possível criar um aquário plantado deslumbrante e cheio de vida.